sábado, 28 de novembro de 2009

Tu tens amigos?

Ontem à noite cheguei na porta de um boteco, boteco fino, do Natalício, e o porteiro me fez a seguinte pergunta:
Tu tem algum amigo aqui?
Levei um susto, fiquei meio pasma com a pergunta. Como assim se tenho amigos?
Respondi, é tenho a Déia, ela tá de aniversário. Mas, confesso que pensei em dizer outra coisa. Isso é pergunta que se faça, ou melhor, isso é maneira de perguntar? A forma de se expressar do cara foi terrível. Ele não perguntou o que realmente queria e eu podia ter respondido algo bem diferente do que ele precisava saber. Estas falhas de comunicação acontecem quando a pessoa que está emitindo a indagação não pensa. É não pensa mesmo!!! Nem no que ela quer dizer, nem no como a outra pessoa vai entender a mensagem. Gente, para se comunicar com os outros é necessário muita cautela, é preciso se prestar atenção em todo o contexto, no como quer que o outro te interprete, em o quê busca com a pergunta, no que a outra pessoa pode pensar ao ouví-la. Ela não poderia interpretar mal o que você tá querendo dizer?
Numa boa, minha vontade foi de dar uma resposta atravessada:
Vem cá, te conheço? Te interessa se tenho amigos? E se eu quiser entrar sozinha no bar, tomar dez choops e voltar “torta” para casa?
Também pensei em perguntar:
Olha moço, tem umas pessoas aí dentro. Vale namorado de amiga? E o meu namorado conta como amigo? Bem, às vezes ele faz umas coisas que me colocam em dúvida disso, isso é uma verdade. Mas, acho que vale. Não vale moço?
Ou então:
Minha amiga que está de aniversário está aí dentro. Tá certo que uma vez ela brigou comigo, mas, isso foi ano passado e a gente até já se pediu desculpas uma a outra. Mas, será que eu podia ir ali rapidinho e perguntar pra ela. Sabe como é, para ter certeza que a gente ainda é amiga, porque essa sua pergunta me deixou com a “pulga atrás da orelha”. Estou até meio chateada agora. Prometo que volto e te digo.
Um amigo me disse que acha que a intenção do cara era me convidar para sentar e beber uma cerveja com ele. Que o coitadinho já estava me cuidando de longe, enquanto eu atravessava a rua em direção ao bar. Torcendo para que eu não tivesse um amigo se quer, que fosse uma pessoa totalmente solitária no mundo. Assim ele teria uma chance de dizer que no horário de saída dele ele estaria disponível para me acompanhar. Será? Hehehe. Estou até agora na dúvida.
Convenhamos que eu poderia ter me sentido ofendida com a pergunta e respondido de forma grosseira. Ou então poderia ter me posto a chorar e, aos prantos, confessar toda minha carência que brotaria com a incerteza de contar com a amizade das pessoas ao meu redor. Ai que horror, isso!!! E se eu tivesse depressão profunda?
O fato é que tudo o que o atendente do bar queria me dizer era que o bar já estava lotado. Ele só queria saber se eu tinha algum conhecido ali dentro, pois, caso não tivesse, não adiantaria eu entrar porque ficaria em pé. Minha sorte é que a Andrea, a aniversariante, já tinha feito amizade com o porteiro e deixado bem claro que seu convidados deveriam subir. Acho que só por isso ele resolveu me deixar entrar ( risos). Já pensou se tenho que dar meia volta para casa? Por fim, colocando o assunto em pauta na mesa do bar vim a descobrir que o cara fez a mesma pergunta para todo mundo. Suspirei aliviada: - Ufa!!!! Não foi nada pessoal!!!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Mulher de horário nobre...Encontros furtivos à tarde? Cantada mais pobre!!!!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Onde estão os sapos?

E os sapos?


Que viviam pelas ruas

da cidade da minha avó.

Nas ruas de pedras brilhantes

e de chão batido.

Onde estão as pedras?

Onde estão os sapos?

Terão morrido?



E a terra molhada

dos dias de chuva onde está?

cadê a estrada de barro

com seus buracos?

Onde estão os sapos?



Crianças pulando

como amarelinha,

desviando dos anfíbios

fugindo dos seus olhos

Bichos verdes e gosmentos.

será que eles esguicham seu mijo?

Ou que espirram seu veneno?



Eram tantos.

Como a chuva de magnólia

que inunda o filme

na cabeça do ator.

Era lindo e tão encantador.

Sumiam durante o dia

reaparecendo ao entardecer

E agora onde foram parar?

Encantado, cururu, onde está você?



Foram petrificados

pelo asfalto que a cidade ganhou?

Foram mortos, sufocados

pela indústria que se instaurou?

Onde estão os sapos?



Se ainda fosse criança,

perguntaria,

cheia de esperança...

a uma ou outra

lagartixa ou rã

que eventualmente aparecia:



Aonde estão os sapos

que crivavam a entrada da casa

como ladrilhos?

Plantados para eu não passar,

para eu poder brincar...

verdes e estranhos trilhos.



Extintos como os vagalumes

que não acendem mais

e que ninguém dá falta

pois temos luzes artificiais.



Estarão na beira do rio?

Terão morrido de frio?

Seus ovos se foram com o vento?

A cidade não respira como antes

as crianças não reparam

sem lembranças tão distantes.



Quem se importa?

Não são belos como os pandas.

Atmosfera asfixiada.

por onde anda?

O sapo sumiu.

Ninguém sabe, ninguém viu.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

um texto passado ... de um tempo sem blog ... só para relembrar

Clique




Cuidado com o controle remoto da sua vida.

Você pode usar a vontade, foi presente de Deus, é todinho seu.

Tá com pressa? Vai lá, toca o filme pra frente...

Pula os momentos em que as crianças estão gritando e pulando ao seu redor.

Pule o momento em que seu marido quer conversar sobre a relação...

Dê um pause na hora que não tem ninguém por perto e você pode se concentrar na leitura,

No seu trabalho, no seu projeto...

Delete a cena em que vocês tem que sair pra jantar com seus pais, sogros, parentes...

E quando você perceber... já era...

o filme tá chegando ao final.

E aí dá pra rebobinar???

Até dá...

você conseguirá rebobinar até aqueles momentos que você viveu.

E os que você passou batido??? Não amigo, estas cenas foram apagadas da fita.

Não tem mais como assistir.

Chore, sei que estás triste.

Perdeste alguém que ama para outra pessoa que quis assistir a cena na qual faziam amor,

E assistiu em slow mottion...

E para aquela pessoa que quis assistir a conversar sobre como melhorarem suas atitudes na relação.

Perdeu seus filhos para vida.

Eles cresceram e agora não têm mais tempo para você. A vida deles também é compromissada como foi a sua, quando eles queriam apenas brincar com o pai e a mãe.

Seus pais e sogros já não estão mais aqui para aceitar o convite para o domingo em família!!!

Cuidado com o seu controle remoto, clique agora no pause, pense...

Viva cada cena da sua vida como se aquele filme nunca fosse reprisar na sessão da tarde.



Daisy ( baseado no filme Click )

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Ainda bem que evoluímos.












Hoje reparei na capa de uma revista onde a garota é a Deborah Bloch, não é mais uma garota, diga-se de passagem está na mídia há uns 30 anos. Está bem, acho que exagerei um pouquinho. Mas, dando o mérito merecido à atriz, ela está muito bonita, muito melhor do que quando começou em sua carreira, assista um revival do Vídeo Show, com novelas em que tenha atuado no começo da carreira. Credo, ela melhorou como vinho, os cabelos então nem se fala. A voz continua a mesma, e por todo o tempo em que a escutamos, ela nos passa tanta credibilidade que somente a locução da atriz num comercial de telefonia, veiculado atualmente, já nos coloca num ambiente familiar, transmitindo veracidade à mensagem. Isso é só para entendermos o tempo que a mocinha atua e aparece nas capas. Mas, voltando ao assunto beleza e evolução, que é do que quero falar, graças a Deus melhoramos com o tempo.
Pegue um álbum de fotos antigas e note. Note o cabelo, ria das roupas e por favor não fale mal porque são meus pais nos anos 70, com aqueles cabelos compridos e calças pantalona cor de rosa. Quem diria! Mas, não vamos longe, 15 anos atrás, seu álbum de adolescente, é album sim porque na época computador estava a recém engatinhando, não havia blogs, posts, sites de relacionamentos. Havia emails, poucos usavam, mas, estávamos a caminho da tecnologia. Éramos horríveis, secos ou gordos espinhentos, o corpo em formação, alguns com pouca barba, outras com pouco seios, algumas com o cabelo ainda na cor natural, naturalmente sem esse brilho loiro de agora, outras escurecendo para serem radicais, roupas estranhas. Vejo agora minha foto de formatura do segundo grau, dezessete anos completos no próprio dia, dia dezessete de dezembro,
mini-saia vermelha jeans e mini-blusa preta, seca, sem maquiagem no rosto, se achando linda. Barriga de fora, mesmo se considerando barriguda, porque toda mulher se acha gorda desde que se torna mulher. 50kg 1,64 de altura, corpo de menina, menina-pavio. Como eu era capaz de pensar estar agradando? E pensava. Ou melhor, agradava, dentro do nosso contexto. Os colegas na mesma foto, muito estranhos, caras de gurizinho, hoje todos homens feitos, sabe aquela cara de ainda não sei como vou ser, face em transformação, nariz crescendo primeiro, traços em trânsito a caminho do futuro homem que vai chegar. Os vestidos meia canela que hoje nem se pensa em usar, e as bermudas pelo joelho estilo grunge que não sabe se quer andar de skate, tocar ou jogar Master.
Mas, ainda bem que a gente muda. E nossas fotos atuais também são muito melhores, assim como as da Débora. Então vamos aproveitar a fase, nos olhar no espelho, desfilar na rua de cabeça erguida e feliz pela beleza que existe em nós. Vamos fazer um book para guardar de recordação antes que o tempo passe. Eu já fiz o meu. E vamos torcer para daqui há alguns anos, não olharmos as fotos de hoje e acharmos a mesmíssima coisa, como éramos terríveis. Até porque, daqui alguns anos, seremos pessoas espetaculares de cabelos brancos e algumas maravilhosas ruguinhas de experiência que a vida vai nos dar. Claro que a moda muda a cada ano, que as tendências de cores e estilos serão estranhas num futuro bem próximo, mas, quanto à estética da pessoa em si, ah essa está muito boa agora. “Jesus acende a luz” e deixa todo mundo ver como o tempo foi bom pra gente.
Ainda no que diz respeito a passar os anos e progredir, porém agora em outro quesito. Quesito textual. Quando comecei a achar que sabia escrever e com o advento da internet, sai das agendas, cadernos e folhas e passei para o meu primeiro blog. Esqueci a senha, passei tempo sem escrever, fiz o segundo e por aí foi. E hoje eu lhes dou um conselho caros amigos, anotem a senha em locais muito seguros ou correm o mesmo risco que eu. Risco de uns tempos depois entrarem no Google, digitarem seus nomes completos e eis o que aparece: textos que você não sabe onde estava com a cabeça quando escreveu. Poesias sem rima, declarações para pessoas que não significam nada mais. Histórias ruins que você não tem idéia de onde tirou e do porque achou que valia à pena publicar. Fora os recadinhos que você deixa nos blogs de terceiros com sua assinatura e com as mais destemidas bobagens. Tomara que eu não pense isso desse texto amanhã quando acordar, porque agora já está tarde e vou postar assim como ficou. A internet não dá para rasgar depois e a menos que o site deixe de existir, guardem a senha. Afirmo isso porque hoje sinto que minha carreira tem uma extensa mancha negra pelos rastrinhos que meu nome deixou no google. Faça o teste com os eu nome, veja o resultado, mas, não se deprima, não se assuste nem se entristeça, pois com certeza seu poder de argumentação e seus textos melhoraram com o tempo assim como as suas fotografias digitais estão bem melhores que as analógicas.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Ele tinha um telefone de pizzaria...

Por que será que todo o telefone que a gente não quer, não pode e não deve decorar se parece com um número de pizzaria??? Digo que não devemos decorar para evitar aborrecimentos. Sabe aqueles números pros quais temos vontade de ligar repentinamente e o dedinho não se segura? Fica passando de leve na tecla do celular, até que sem querer aperta o verde e pronto, tarde demais. Não devia ter ligado, se eu tivesse esperado, agora ele está se achando, agora vai demorar a aparecer, não me segurei, tinha que esperar ele pedir desculpas, assim ele vai fazer sempre. Mas, já foi, já ligou e não adianta. Quem nunca se precipitou ou se corroeu de vontade? Na dúvida nunca ligue, se você está em dúvida é porque não deve fazer. Ou vai se arrepender ou estragar toda a estratégia.
E os piores são os números que queremos esquecer e não conseguimos. Pronto, decidido, nunca mais vou ligar pra ele, vou deletar o número, apagado, acabou, ele que me procure se quiser. Vou atender sem saber quem ele é, não está agendado, serei fria e distante, vai funcionar, vai ser a maior vingança. Agora, me diz se tem como? Com números repetidos que nem esses. Números que ficam agendados para sempre no meu inconsciente. E vou te dizer uma coisa, eu coleciono... Já tenho uma agendinha de números inúteis nos quais não penso mais, mas, que, de vez em quando, me vem na mente e eu lembro, putz esse número era daquele traste que gostei um dia, hehehe. Mas, se não gosto mais, porque não desocupa o espacinho do meu chip?
Primeiro foi o Antônio, vejam só, o Antônio comprou dois celulares de números casados e me deu um de presente. Era 84445010 e 84445011. Tem como esquecer? Depois que tudo acabou, cada um foi para o seu lado, e dos dois lados aconteciam ligações por engano. Um saco!!! Um dia ele me liga avisando que ia chegar mais tarde e constatamos que ele mesmo se enganou. Deu o 5011 para a atual namorada e ligou para mim. Pode?
Já o Fábio, bem esse tinha mesmo uma tele-entrega de lanches e como se não bastasse toda a divulgação em flyers pelo bairro, seu número tinha 3 dezenas repetidas? 93282828. Quando eu descobri que não eram só Xis e Torradas que ele entregava para as clientes, já era tarde demais, eu já sabia o número de cor e já tinha viciado no Xis. Graças a Deus hoje só de lembrar daquele lanchinho sinto meu estômago embrulhar. Xis sem coração é o que aquele canalha vendia.
Depois veio o Renato, veio de viagem e assim como veio foi. De volta para a sua terra. Mas, deixou de herança vários registros de suas chamadas no meu celular, o mesmo DDD durante dias me fazendo decorar: Discando Direto numa imperdoável Distância o famoso 48-98484898 que também vinha na minha alta continha da empresa telefônica. Nunca esquecerei!!! Daí me apareceu o artista de cinema, disse para eu nunca esquecer os créditos desse filme e no The End da história, que durou uma semana e meia de amor, eu já sabia seu número de cor. Também pudera: 96696969. Com esse número eu imagino que os filmes nos quais ele atua sejam muito românticos. Don Juan de meia tijela.
E depois de tantas chamadas diversas, eu ainda não tirei da memória o primeiro dessa lista. Nunca mais tive vontade de ligar porque as vontades mudam. Deletei alguns da agenda, outros salvei com o nome de “não atender”. Mas, eu clamo ao próximo da fila, compre um chip de algarismos variados antes de me dar seu telefone e poupe espaço do meu HD mental. Pegue um número bem difícil de saber porque eu odeio pessoas óbvias. Beijo e me liga.
Daisy Fornari