sexta-feira, 16 de março de 2012

Joguete

Caiu em mentiras mal contadas
escorregou na esquina, perdeu a piada.
Perdeu o tino, a elegância e a descência.
Deixou-se enganar por conveniência
ou pensando iludir o público
deslizou em sua demência;
tratada com simpatia, suprida com elogios,
golpes baixos, forjados fatos e hipocresia.
Assim vai manipulado curtindo sua solidão
Pensando ser rei segue mandado
... num jogo armado de obsessão.
E assim segue adiante,
sem ser perdoado, sem pedir perdão.
E não sabe que estava errado
desde o começo embaralhado:
mente do outro, sua opinião.
E desde o princípio o crime
não foi do culpado e nem do ladrão
e a pobre vítima acuada
dissimulada, distorceu a informação.
Daisy Fornari

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Certezas

Todas as minhas certezas vem de provas cabais
Ou da experiência de vida, momentos nada banais
Do mesmo veneno provei em outros lugares
E de nada adianta arriscar o que se sabe
Prejudicar a mim mesma é sempre melhor
... Do que ajudar um outro a cair
E se todos afundarem juntos
Ninguém estará aqui para sorrir
E te digo a bem da verdade
Quem sabe o que é certo paga mais por pecar
Do que aquele que é cego e nem sabe que está a errar
A clarividência veio por cartas, daqui, dali e de além,
Ninguém me disse nada eu li, eu vi e senti a recém,
Receios e medos nesta vida não tenho de nada e nem de ninguém
Só não me permito viver sem ser percebida
Com tudo que tenho em meu ser
E muito menos ser comparada sem mesmo me conhecer.
Sou muito mais que instinto, Sou muito mais que prazer
Tenho um coração aberto e puro; já machucado e maduro
Que não se permite sofrer.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

DESTINO

E o destino faz graça
Vem ele e destraça
O caminho que fiz
Quando imaginava ir pela direita
Vem ele e rejeita tudo que eu quis.
Sem nada a perder
Sigo o trajeto e aceito o convite
Experimento o novo, escuto o palpite
Sem saber direito onde tudo ia dar
Estava tranquilo,
feliz e contente,
Num canto quieto
Sonhando o mundo de um jeito mais certo
Nem imaginava o que ia encontrar
Vem ele e me mostra uma nova porta
Meio diferente
Eu me desconcerto, mas, sigo em frente
Querendo outra vez somente acertar
Ele vem de novo
e no meio do nada reaparece
Joga pó no sonho, acorda o pivete
Diz que aquele jogo não posso jogar.
E eu me pergunto
por que faz assim com a vida da gente?
Em uma manhã recebemos presentes
Que ao entardecer o mar vai levar.
Pra gente aprender que o destino é bom
e nada nos nega
Mas, se você não vê, você não se entrega
Não sabe uma dádiva admirar.
Saber dar valor a cada segundo
e a cada instante
E não ser no mundo mais um ser errante
Olhar para o outro e saber respeitar.

sábado, 28 de novembro de 2009

Tu tens amigos?

Ontem à noite cheguei na porta de um boteco, boteco fino, do Natalício, e o porteiro me fez a seguinte pergunta:
Tu tem algum amigo aqui?
Levei um susto, fiquei meio pasma com a pergunta. Como assim se tenho amigos?
Respondi, é tenho a Déia, ela tá de aniversário. Mas, confesso que pensei em dizer outra coisa. Isso é pergunta que se faça, ou melhor, isso é maneira de perguntar? A forma de se expressar do cara foi terrível. Ele não perguntou o que realmente queria e eu podia ter respondido algo bem diferente do que ele precisava saber. Estas falhas de comunicação acontecem quando a pessoa que está emitindo a indagação não pensa. É não pensa mesmo!!! Nem no que ela quer dizer, nem no como a outra pessoa vai entender a mensagem. Gente, para se comunicar com os outros é necessário muita cautela, é preciso se prestar atenção em todo o contexto, no como quer que o outro te interprete, em o quê busca com a pergunta, no que a outra pessoa pode pensar ao ouví-la. Ela não poderia interpretar mal o que você tá querendo dizer?
Numa boa, minha vontade foi de dar uma resposta atravessada:
Vem cá, te conheço? Te interessa se tenho amigos? E se eu quiser entrar sozinha no bar, tomar dez choops e voltar “torta” para casa?
Também pensei em perguntar:
Olha moço, tem umas pessoas aí dentro. Vale namorado de amiga? E o meu namorado conta como amigo? Bem, às vezes ele faz umas coisas que me colocam em dúvida disso, isso é uma verdade. Mas, acho que vale. Não vale moço?
Ou então:
Minha amiga que está de aniversário está aí dentro. Tá certo que uma vez ela brigou comigo, mas, isso foi ano passado e a gente até já se pediu desculpas uma a outra. Mas, será que eu podia ir ali rapidinho e perguntar pra ela. Sabe como é, para ter certeza que a gente ainda é amiga, porque essa sua pergunta me deixou com a “pulga atrás da orelha”. Estou até meio chateada agora. Prometo que volto e te digo.
Um amigo me disse que acha que a intenção do cara era me convidar para sentar e beber uma cerveja com ele. Que o coitadinho já estava me cuidando de longe, enquanto eu atravessava a rua em direção ao bar. Torcendo para que eu não tivesse um amigo se quer, que fosse uma pessoa totalmente solitária no mundo. Assim ele teria uma chance de dizer que no horário de saída dele ele estaria disponível para me acompanhar. Será? Hehehe. Estou até agora na dúvida.
Convenhamos que eu poderia ter me sentido ofendida com a pergunta e respondido de forma grosseira. Ou então poderia ter me posto a chorar e, aos prantos, confessar toda minha carência que brotaria com a incerteza de contar com a amizade das pessoas ao meu redor. Ai que horror, isso!!! E se eu tivesse depressão profunda?
O fato é que tudo o que o atendente do bar queria me dizer era que o bar já estava lotado. Ele só queria saber se eu tinha algum conhecido ali dentro, pois, caso não tivesse, não adiantaria eu entrar porque ficaria em pé. Minha sorte é que a Andrea, a aniversariante, já tinha feito amizade com o porteiro e deixado bem claro que seu convidados deveriam subir. Acho que só por isso ele resolveu me deixar entrar ( risos). Já pensou se tenho que dar meia volta para casa? Por fim, colocando o assunto em pauta na mesa do bar vim a descobrir que o cara fez a mesma pergunta para todo mundo. Suspirei aliviada: - Ufa!!!! Não foi nada pessoal!!!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Mulher de horário nobre...Encontros furtivos à tarde? Cantada mais pobre!!!!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Onde estão os sapos?

E os sapos?


Que viviam pelas ruas

da cidade da minha avó.

Nas ruas de pedras brilhantes

e de chão batido.

Onde estão as pedras?

Onde estão os sapos?

Terão morrido?



E a terra molhada

dos dias de chuva onde está?

cadê a estrada de barro

com seus buracos?

Onde estão os sapos?



Crianças pulando

como amarelinha,

desviando dos anfíbios

fugindo dos seus olhos

Bichos verdes e gosmentos.

será que eles esguicham seu mijo?

Ou que espirram seu veneno?



Eram tantos.

Como a chuva de magnólia

que inunda o filme

na cabeça do ator.

Era lindo e tão encantador.

Sumiam durante o dia

reaparecendo ao entardecer

E agora onde foram parar?

Encantado, cururu, onde está você?



Foram petrificados

pelo asfalto que a cidade ganhou?

Foram mortos, sufocados

pela indústria que se instaurou?

Onde estão os sapos?



Se ainda fosse criança,

perguntaria,

cheia de esperança...

a uma ou outra

lagartixa ou rã

que eventualmente aparecia:



Aonde estão os sapos

que crivavam a entrada da casa

como ladrilhos?

Plantados para eu não passar,

para eu poder brincar...

verdes e estranhos trilhos.



Extintos como os vagalumes

que não acendem mais

e que ninguém dá falta

pois temos luzes artificiais.



Estarão na beira do rio?

Terão morrido de frio?

Seus ovos se foram com o vento?

A cidade não respira como antes

as crianças não reparam

sem lembranças tão distantes.



Quem se importa?

Não são belos como os pandas.

Atmosfera asfixiada.

por onde anda?

O sapo sumiu.

Ninguém sabe, ninguém viu.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

um texto passado ... de um tempo sem blog ... só para relembrar

Clique




Cuidado com o controle remoto da sua vida.

Você pode usar a vontade, foi presente de Deus, é todinho seu.

Tá com pressa? Vai lá, toca o filme pra frente...

Pula os momentos em que as crianças estão gritando e pulando ao seu redor.

Pule o momento em que seu marido quer conversar sobre a relação...

Dê um pause na hora que não tem ninguém por perto e você pode se concentrar na leitura,

No seu trabalho, no seu projeto...

Delete a cena em que vocês tem que sair pra jantar com seus pais, sogros, parentes...

E quando você perceber... já era...

o filme tá chegando ao final.

E aí dá pra rebobinar???

Até dá...

você conseguirá rebobinar até aqueles momentos que você viveu.

E os que você passou batido??? Não amigo, estas cenas foram apagadas da fita.

Não tem mais como assistir.

Chore, sei que estás triste.

Perdeste alguém que ama para outra pessoa que quis assistir a cena na qual faziam amor,

E assistiu em slow mottion...

E para aquela pessoa que quis assistir a conversar sobre como melhorarem suas atitudes na relação.

Perdeu seus filhos para vida.

Eles cresceram e agora não têm mais tempo para você. A vida deles também é compromissada como foi a sua, quando eles queriam apenas brincar com o pai e a mãe.

Seus pais e sogros já não estão mais aqui para aceitar o convite para o domingo em família!!!

Cuidado com o seu controle remoto, clique agora no pause, pense...

Viva cada cena da sua vida como se aquele filme nunca fosse reprisar na sessão da tarde.



Daisy ( baseado no filme Click )